PALAVRAS DA PREFEITA MARIA DO CARMO: SANTARÉM QUER OUTRA CONSULTA
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PREFEITA DISSE QUE JÁ CONTRATOU ADVOGADO PARA ESTUDAR SITUAÇÃO
Não
restam dúvidas para a prefeita de Santarém, Maria do Carmo (PT), de que
Belém derrubou os 98,8% de anuência da população do município à criação
do Estado do Tapajós. “Em quantidade, temos metade dos números dos
eleitores de Belém. Pelas regras do Plebiscito, estávamos fadados à
derrota desde o início. Hoje (ontem) é um dia de tristeza, de luto para
nós”, afirmou ela em entrevista por telefone. A petista afirma que
durante toda a segunda-feira (12) foi possível ver casas e comércios
estampando tarjas pretas em suas fachadas, pessoas vestindo preto. A
bandeira do município ficou hasteada pela metade, para confirmar o
sentimento da população local. Apesar do resultado desfavorável ao
fracionamento do Pará, Maria garante que o sonho da emancipação não
acabou.
“Já
nos reunimos hoje para discutir de que forma poderemos reapresentar a
proposta de divisão, acionamos uma assessoria jurídica para ver de que
forma é possível discutir essa situação através de outra metodologia que
não o plebiscito. As capitais sempre possuem o maior número de
eleitores, portanto, por plebiscito nós nunca conseguiremos mostrar que a
divisão é, sim, uma solução para os nossos problemas”, explicou. “Hoje
há 17 propostas de divisão e criação de novos estados em trâmite. O
Plebiscito do Pará sepultou temporariamente não só o nosso sonho, mas
outros 17 sonhos. Ou a Constituição proíbe a divisão e a criação de
novos estados ou oferece outras alternativas, porque o plebiscito
tornará sempre inviável a proposta de separação por questões de
proporcionalidade no pleito eleitoral”, justificou a prefeita.
Maria
do Carmo garante que o estado de luto não muda a rotina de Santarém na
prática. “Não podia passar em branco, é uma forma de protesto
silencioso. Respeitamos a vontade da maioria, mas não ficamos
satisfeitos com o resultado. A opção pela não divisão significa que a
maioria quer que tudo fique como está. E nós não queremos isso. Estamos
fora dos projetos de desenvolvimento do Estado, e isso é injusto, é
desigual. Excluídos nós já nos sentimos há muito tempo. Gostaríamos
apenas de oficializar isso com a emancipação e traçar as nossas próprias
metodologias de desenvolvimento, sem mais nos colocarmos como meros
fornecedores de matéria prima para o resto do País. Já que não se quer
dividir, se o Governo do Estado quiser unir as regiões, precisará propor
a nós e outros municípios uma forma de trabalhar que não tenha como
foco o extrativismo”, avisou a prefeita de Santarém. “98% de eleitores
querendo a divisão significa que quase três milhões de pessoas estão
insatisfeitas. É preciso dar atenção a isso”, disparou.
ORM