Câncer com terapia mercadológica nas ruas de Santarém
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Das cidades por onde já passei só vi isso em Santarém. Carros de som
saem pelas ruas do comércio, estacionam aqui e ali, com um locutor
pedindo ajuda para uma pessoa doente, quase sempre uma mulher que, no
dizer do locutor, está com uma doença grave e precisa de ajuda urgente.
Essa mulher da foto, que teria 33 anos e moraria no interior do
município, foi a bola da vez no fim de semana passado na Pérola do
Tapajós, com o carro barulhento estacionando nas paradas de ônibus da
Avenida Rui Barbosa, onde há grande concentração de pessoas. O cara
anunciava que a mulher tem câncer no colo do útero, pedindo a caridade
pública.
Essa prática é antiga em Santarém e, ao que consta, nenhuma
“autoridade” já se deu ao luxo de sair de seu pedestal para investigar a
coisa. Precisam indagar: 1) que tipo de serviço é esse de sair pelas
ruas anunciando por altofalantes a presença de pessoas com doenças
graves, ou supostamente doentes, ao mesmo pedindo dinheiro; 2) essas
pessoas estão mesmo doentes? 3) se estão sadias, há crime contra a fé
pública; 4) se estão, de fato, doentes, estariam sendo exploradas por
alguma quadrilha bem falante? 5) Se comprovado que estão doentes, devem
ser retiradas de dentro desses carros e levadas para um hospital público
imediatamente.
Quem deve agir deimediato? O secretário municipal de Saúde pela óbvia
razão de ser ele o responsável pela saúde pública, em conjunto com a
polícia na investigação do caso. Se não houver exploração de pessoas
doentes, que simplesmente se proíba essa prática. Se houver crime, que
sejam processados os que a isso se dedicam, inclusive prováveis falsos
doentes. Em lugar civilizado se age assim, banindo práticas não mais
aceitas no mundo contemporâneo.